Inflação e piora fiscal vão manter taxa de juros em patamar elevado por mais tempo
Decisão dos diretores do BC na quarta-feira (15) pode determinar o fim da trajetória de alta da taxa Selic para conter a inflação.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) volta a se reunir na quarta-feira (15) para estabelecer o novo patamar da taxa básica de juros. A decisão, que pode representar o fim da trajetória de altas da Selic iniciada em março do ano passado, deve colocar os juros básicos em um nível que tende a persistir ao menos até o fim de 2022.
Atualmente em 12,75% ao ano, a taxa Selic deu um salto de 10,75 pontos percentuais em um período de 15 meses. A estratégia monetária adotada para conter a inflação, no entanto, ainda deve esbarrar nas atitudes fiscais e tornar mais permanente a trajetória de alta dos juros até o início do ciclo de queda.
Para o próximo encontro, há um consenso entre os integrantes do mercado financeiro de que a taxa Selic será elevada a 13,25% ao ano. A dúvida presente, no entanto, é se o ajuste vai encerrar o ciclo de alta dos juros ou se novas altas serão necessárias para conter o avanço dos preços. A última avaliação dos economistas consultados semanalmente pelo BC é que o nível persista ao menos até o fim deste ano.
Para 2023, a perspectiva atual dos analistas de mercado é que a Selic feche o ano em 9,75% ao ano.
Risco fiscal
Outro fator listado como determinante para os próximos passos da política monetária envolve os gastos do governo, a chamada política fiscal, também determinante para conter o avanço dos preços na economia.
Entre as incertezas no âmbito fiscal aparecem as incessantes tentativas do governo de conter a alta dos preços, consequentemente elevando as despesas públicas. Entre as ações aparecem as medidas expansionistas de cortar impostos, destinar auxílios e liberar os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Fonte: Site R7 + Google notícias